segunda-feira, 16 de março de 2009

COMUNICAÇÃO SOCIAL SENSACIONALISTA: FORMA OU (DES)INFORMA?

Para os que viveram as realidades do antigamente e para os que, hoje em dia, assistem a um qualquer documentário sobre História, parece ou parecia mais fácil ver o que naqueles tempos era um ditadura ou uma democracia, onde estava a censura ou a liberdade.

Actualmente, é tudo mais “nublado”. O poder da comunicação social e do marketing, tornou-se na nova e sofisticada máquina de propaganda. Dominada por grupos económicos, que apenas lutam pela sua sobrevivência e lucro e não o serviço público ou cidadania (porventura, assim iriam perder clientes), esta máquina adormeceu a opinião crítica e construtiva das pessoas. Mistura-se jornalismo, cidadania e educação com lucros, famosos e audiências… coisa boa não pode dar.

Só quando uma grave crise económica nos bate à porta e ao bolso é que as pessoas despertam, sem, infelizmente, procurarem as causas, as opções e os interesses que contribuíram para tudo isto.

Não será no mínimo estranho andarem bancos, companhias de seguros, especuladores e companhia limitada, desde há uns bons anos, a terem lucros estratosféricos (os seus administradores que o digam…) e agora, de repente, toda a gente fala da crise financeira como se fosse uma inesperada peste negra?

Sim, diz-se que simplesmente aconteceu, como poderia ter acontecido a queda de um meteorito… Foi um azar, dizem… Dizem, quem? Ah! A comunicação social…

A tal máquina que tem como simples propósito, consciente ou inconsciente (por vezes, os seus funcionários não têm noção do papel que realmente estão a desempenhar…), apoiar quem lhe dá lucros. Um famoso ditador disse um dia: quanto maior for a mentira, mais gente acreditará nela.

Esta máquina de propaganda facilmente se apoia na demagogia populista e paternalista para com o “zé povinho”, na dependência do sensacionalismo das notícias que só nos fazem abrir a boca de espanto e não reflectir numa opinião informada, na mesquinha “cusquice” pelos vazios assuntos da bola e das revistas cor-de-rosa, na imposição de somente as ideias, serviços ou produtos economicamente rentáveis para algumas gigantescas corporações multi-nacionais.

Para um cidadão se informar, conhecer e poder desenvolver uma opinião própria rica e sustentada numa análise longa quer do passado, quer do futuro, é necessário ir mais além do que as normais fontes de informação. Ou, pelo menos, é necessário receber com espírito crítico e questionador qualquer registo que nos seja apresentado num qualquer noticiário.

Qualquer “Telejornal” deve ser visto apenas como um ponto de partida para debates e trocas de opiniões, até ao ponto de estarmos seguros de poder, aí sim, ter a nossa.

vascoespinhalotero@hotmail.com
(*) Psicólogo do Trabalho e das Organizações / Orientação Vocacional
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