segunda-feira, 12 de março de 2012

GRANDE NEGÓCIO OU MERO AZAR?


Ao que (me) parece, este contexto actual nacional e internacional de crise financeira foi gerado por incompetência de uns poderosos e/ou intenção concreta de outros tantos (sendo que nem um grupo nem outro perdeu lucros, muito pelo contrário). Na opinião factual de muitos estudiosos e instituições independentes, foi deliberadamente gerado um clima de paranóia (lembram-se de como surgiu a fraude da gripe H1N1 e de quem com ela beneficiou de forma planeada à priori?), de obsessão pelo corte.

Sejamos francos, muita gente com poder está a querer cortar só pelo cortar em si mesmo, como se fosse uma prova de rigor, de boa gestão, de pôr tudo na linha… Faz lembrar a metáfora do cavalo de corrida inglês: a quem tanta dieta fizeram até que chegou a um ponto que estava tão magrinho, tão como deve ser que… já nem conseguia correr… até que… morreu.

Se no tempo de ditadura esta era prática comum de quem detinha o poder, já nos dias de hoje o pânico gerado pela situação financeira (criada artificialmente?...) permitiu esta oportunidade para muitos pequenos ditadores escondidos entrarem em cena… A História é cíclica e parece estar a repetir o que se via há umas décadas atrás.

Porém sempre houve gente atenta e alerta. Não faltaram desde os anos 70 e 80 diversas figuras e organismos com estudos sérios a alertarem (sempre com propostas alternativas!) para as decisões erradas tomadas a nível nacional e internacional.

No entanto, nessa altura, a classe dominante (talvez em futura causa própria…) defendeu o caminho que nos levou à presente situação, com conivência dos media e a ignorância ou alienação pelo entretenimento da maioria da população que sucessivamente continuou a eleger a mesma nata de governantes.

De uma forma clara ou subtil, os media sempre ajudaram a ridicularizar e catalogar como retrógradas, “velhos do Restelo”, inimigos da modernidade, agarrados ao passado quem defendeu outros caminhos… Tudo isto foi um simples azar, mera coincidência ou infeliz incompetência? Coloquemos a questão fulcral: será que tudo foi planeado, provocado, manipulado por quem teve poder para isso?

Serão fruto do azar, coincidência ou incompetência políticos do bloco central e de direita, responsáveis por decisões desastrosas para os cofres do Estado e para a vida da classe média e baixa, multiplicarem os seus rendimentos após as suas passagens pelo cargos governamentais, conforme a margem de manobra que tenham deixado aos grandes grupos económicos?

As decisões erradas tomadas foram fruto da incompetência e/ou de uma efectiva intenção para colher benefícios privados mais tarde? A quem deram e continuam a dar lucros as parcerias público-privadas, a não tributação dos dividendos, as privatizações de sectores estratégicos a preços de saldo, a nacionalização dos prejuízos do BPN, entre muitos outros casos? A quem o nosso povo permitiu que mandasse nos últimos 30 anos…

No entanto, há que alargar um pouco mais a nossa visão, pois Portugal não é uma ilha isolada e está envolvido naturalmente num contexto global infelizmente influenciado por grupos financeiros trans-nacionais com ideias absolutistas assustadoras…

Prosseguindo nesta perspectiva mais abrangente, podemos reflectir sobre o facto de os governantes não serem mais do que obedientes e subservientes “bons alunos” a qualquer imposição directa ou indirecta vinda destes poderes ilegais… Não sucede só nosso país, outras nações foram e continuam a ser chantageadas, orientadas e controladas neste obscuro processo hierárquico ilegítimo.

A prova de que esta febre não será passageira passa pela intenção de colocar a exigência de um défice anual de 0,5% aos países europeus quando apenas 2 países da Comunidade Económica Europeia conseguiram em 10 anos cumprir a meta de ficar abaixo de 3%. A própria Alemanha não consegui cumprir esta meta em 7 dos referidos 10 anos!…

A questão que se coloca: é possível dizer não e construir o nosso próprio futuro com as nossas alternativas? Países como a Islândia, Argentina, entre outros já provaram que é possível, de acordo com a cultura e recursos de cada país.

vascoespinhalotero@hotmail.com

(*) Psicólogo das Organizações / Gestão de Recursos Humanos / Desporto / Orientação Vocacional

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