sábado, 1 de dezembro de 2007

O QUE SE FAZ AGORA NÃO SE FARÁ DEPOIS

Como me disse um amigo recentemente o que se faz agora não se fará depois e, dadas as actuais contingências sócias, económicas e laborais portuguesas, parece ter chegado o momento de aproveitar uma oportunidade: das organizações portuguesas (públicas e privadas) darem o “salto” na sua cultura organizacional.

Deverão abandonar-se os antigos métodos do “patrão” único sabedor passando para uma nova fase de partilha de responsabilidades, objectivos e resultados. Espera-se que se abra espaço para que a abordagem de ideias, de onde quer que estas venham, independentemente da sua formação, hierarquia ou popularidade, e não apenas de supostos “iluminados de fato e gravata” que exploram mão de obra barata, impondo competentes silêncios como modus operandi da suposta seriedade.

No entanto, todo o povo sabe que várias cabeças pensam mais do que uma. Mas há que ir mais além… Ora, mesmo respeitando as componentes técnicas de cada um, urge, hoje em dia, promover, sem demagogias ou defesa de lobbies, a abertura da inovação de qualquer lado para qualquer lado. Isto é, por mais que um mecânico conheça a sua realidade é possível que uma boa inovação e ajuda ao seu trabalho possa surgir de um colega sapateiro ou de outra profissão, de um cliente antigo ou até de um recente.

Não há mal nenhum em inspirar a forma de inovar no nosso trabalho na forma de trabalhar de colegas de outras funções mesmo que nada similares. Será caso para dizer que várias cabeças pensam mais do que uma e quanto mais diferentes foram essas cabeças melhor. Enfim, a tal transversalidade de saberes.

Talvez não seja por acaso que a metáfora que se utiliza, hoje em dia, no mundo da gestão de recursos humanos nas organizações, não seja já a da visão da ermpresa-orquestra conduzida por um maestro e com secções instrumentos bem definidas e ultra-respeitadoras das suas pautas, como parecia fazer sentido há uns anos atrás.

A visão mais recente apresenta-nos a metáfora dos grupos de improvisação de jazz, cujo líder dá liberdade aos seus músicos para improvisarem, entrarem em sintonia com os seus colegas, sentindo, nos temas musicas que tocam, os “momentos certos” para solarem. Enfim, para inovarem em conjunto a partir dos pedaços de inovação espontâneos de cada um!....

vascoespinhalotero@hotmail.com
(*) Psicólogo do Trabalho e das Organizações / Orientação Vocacional
Leia todos os artigos na Internet em: www.dosonhoaoprojecto.blogspot.com

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