Apontemos uma luz ao fundo do túnel. Felizmente, Portugal produz muito mais tipos de líderes e muitos deles com características muito diversas e bem positivas, tais como: o debate em reuniões regulares, a partilha de opiniões para a tomada de decisões pelo líder, a recolha e análise de ideias inovadoras, a aposta na formação para melhorar competências específicas para apoiar novos projectos e rentabilizar velhos recursos, reduzindo, aí sim, despesas, a responsabilização dos trabalhadores após o compromisso partilhado e assumido, etc.
No entanto, num fenómeno de difícil e abrangente explicação, com certeza, a opinião pública ou as pessoas nas conversas do normal dia-a-dia preferem quase sempre apontar como exemplos de liderança que, ora elogiam, ora criticam, as chefias autoritárias!
Aliás, numa aparente relação de amor-ódio, a crítica, muitas vezes, parece mais inveja de não poder fazer ou assumir socialmente que se faz exactamente o mesmo na sua prática diária pessoal!
E, assim, quando se chega à altura de escolher líderes ou fazer algo para os mudar, fica tudo na mesma, porque se diz que “até podia ser pior”… “Que mais vale um malandro que se conhece do que um malandro que não se conhece ainda”… Diz-se que, pelo menos, já se sabe como ele é…
Seja por que o poder lhe subiu à cabeça e o seu estatuto agora é outro, julgo ser certo que, geralmente, quando um qualquer cidadão assume um cargo de dirigente, logo ocorre um fenómeno de quase imitação dos exemplos mediáticos que por aí temos e que, contradição das contradições, passamos a vida a criticar por serem politicamente correctos ou ditadores autoritários, como é o caso do primeiro-ministro José Sócrates (reservo-me o direito pessoal de não lhe chamar engenheiro…).
Uma coisa parece certa: para a maioria dos portugueses, liderar é mandar! Nada mais errado…
vascoespinhalotero@hotmail.com
(*) Psicólogo do Trabalho e das Organizações / Orientação Vocacional
Leia todos os artigos na Internet em: www.dosonhoaoprojecto.blogspot.com
4 comentários:
Em PT creio que se incute mais como objectivo de carreira "ser chefe" (aka mandar) do que propriamente a proficiência e a competência, independentemente da hierarquia organizacional ocupada. Concordas? É tudo uma questão de estatuto. Ser chefe é quase uma profissão.
Olá Brecke! Percebo o que dizes, parece que o objectivo é deixar de ser do "povo" para se ser "nobre" e depois lá chegando é manter o "povo" à distância. Neste sistema é, assim, "fácil" ser mesquinho, conservador (que não é a mesma coisa que ponderado) e servidor não criativo (eu até acho que isto equivale a incompetência, pois servir sem capacidade de ouvir e criar leva a muitas falhas e erros repetidos...).
Hello é a 3ª vez que li a tua página e adorei imenso!Bom Trabalho!
Cumps
Olá ("anónimo?)!
Muito obrigado pelo interesse! Já passaste por algumas situação do dia-a-dia abordadas nos artigos e/ou tens uma visão parecida de várias áreas da sociedade?
Dá a tua opinião que gosto de aprender sempre mais coisas!
Vasco Espinhal Otero
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