Há alguns meses atrás,
devido a condições meteorológicas anormais que assolaram especialmente a Região
Centro do nosso país, muitas áreas e populações ficaram sem luz, água,
televisão, rádio, telefone fixo, telemóveis e internet durante alguns dias,
nalguns casos semanas.
A precariedade da manutenção
das estruturais técnicas e logísticas da nossa sociedade e/ou o poder da mãe
natureza fizeram toda a gente sentir e pensar na fragilidade das condições de
vida que usufruímos.
Fez-nos pensar quanto são,
hoje em dia, essenciais estes recursos para uma qualidade de vida com dignidade
e liberdade, aos quais terei efetivamente que juntar o acesso à saúde, à
educação, à cultura.
Levou-nos a refletir também acerca
da distância cada vez menor entre o não ter estas condições (momentaneamente
como sucedeu com o temporal) e apenas as poder ter quando/se/quem as puder
pagar…
Receio que para muitos de
nós a perspetiva esteja a poucos passos de se tornar permanente, quer por
motivos da vida de cada um, quer pelas regras de exclusão que estão a ser
impostas pelas elites do poder mais ou menos sorrateiramente, mas de forma
intencional, alegando o alibi da crise, à nossa comunidade.
Dirão alguns de forma
ignorante e/ou demagógica “claro, queriam tudo à borla, não faltava mais nada”,
esquecendo quem o faz que não falamos de luxos, nem de algo a que não deva ter
direito quem paga os seus impostos!... Sejamos francos, os custos destas
condições, oportunidades e recursos básicos têm subido a um ritmo cada vez mais
veloz e parece, cada vez mais, estar próxima a hora em que apenas um pequeno
grupo de privilegiados poderá aceder a estes “luxos”!…
Assim sendo, podemos ou até devemos
questionar sobre se isto faz sentido e sobre quem decide o que é luxo e o que é
do direito de todos, decorrente dos impostos que pagamos?
Facilmente concluímos que humanamente
não é, de facto, lógico e que quem decide são os grandes grupos económicos
privados nacionais e multinacionais sem qualquer tipo de moderação. Quanto aos
políticos que têm estado no poder (através das nossas escolhas em eleições…)
infelizmente não passam de meros porta-vozes ou seguidores de corrente que nas
decisões efetivamente importantes fazem o que diretamente ou indiretamente lhes
mandam…
E que objetivos têm estes grandes
“monstros” económicos fora de controlo? Manipulação efetiva de mercados e retirada
do controlo público dos recursos fundamentais de cada país. Num tom metafórico,
ver a subida dos números dos seus lucros nos seus quadros de computador sem
olhar o que se passa fora das janelas dos seus escritórios…
Não é a primeira vez na
História do nosso planeta que assistimos a movimentos de manipulação política,
militar e económica desta magnitude. Foram seguidos de reações corajosas e
numas vezes recuperou-se algo, noutras vezes quase tudo, outras ainda deram em…
Entre muitos fatores, um dos que mais fez variar o grau de sucesso nestas lutas
foi a irreverência/criatividade das ações e a organização da população.
E agora?…
vascoespinhalotero@hotmail.com
(*) Psicólogo das Organizações / Gestão de Recursos
Humanos / Desporto / Orientação Vocacional
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www.dosonhoaoprojecto.blogspot.com
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