quarta-feira, 2 de junho de 2010

SIM, AS PESSOAS PODEM! (4ª parte)

A actual legislação já abriu a possibilidade de apresentação de candidaturas de movimentos de cidadãos em eleições locais ou presidenciais, mas ainda fecha a porta no que respeita a legislativas. O número exigido de assinaturas para que uma proposta apresentada directamente por cidadãos possa ir ao Parlamento (esse mesmo local de representação das diversas vozes do povo) é de 5 mil o que torna a tarefa muito difícil. Talvez esteja na altura de exigir que este número mínimo baixe. Proposta neste sentido foi já apresentada pelos partidos de esquerda no parlamento (PCP, “Os Verdes” e Bloco de Esquerda).

Diz-se que estes movimentos sociais constituirão a democracia do futuro, numa sociedade informatizada com as redes sociais da Internet, em que a adesão a causas específicas pode ocorrer muito repentinamente e, simultaneamente, com muita força e impacto mediático, nomeadamente na comunicação social.

Porém, nem tudo o que luz é ouro e existirão também previsíveis desvantagens. Estes movimentos, se focados muito especificamente em matérias da mesma área, poderão não ter uma visão de conjunto das diversas áreas da sociedade e poderão, nalguns casos, ser manietados para defesa de lobbies de grupos dominantes (que, nesse caso, deixariam de necessitar de ter certos partidos no bolso…). Ora, no que diz respeito a ter uma visão global da sociedade, aí os partidos teoricamente levam vantagem. Ou será que não? Ou será que nem todos?...

Concluindo, parecem existir e, futuramente, irão existir ainda mais opções para os cidadãos se envolverem e terem a oportunidade de fazerem a diferença activamente. É tudo uma questão de fazer chegar a informação a toda a gente para que cada um possa fazer as suas escolhas e possa lutar por elas: enfim, real cidadania. Se for para isto, que venha a crise!

vascoespinhalotero@hotmail.com
(*) Psicólogo do Trabalho e das Organizações / Orientação Vocacional
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