terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Como criar espírito de grupo?


No meio desportivo nacional é frequente ouvir técnicos, desportistas ou adeptos referirem-se à necessidade de criar um bom espírito de grupo na equipa da sua simpatia, no sentido de construir um grupo coeso que permita alcançar os objectivos previamente delineados. Nos meios de comunicação social é comum o uso de expressões referindo a existência de um “bom balneário”, sendo esta a chave de muitos êxitos, nomeadamente em equipas que não tenham elementos de grande gabarito. No entanto, tais expressões ou conclusões não são exclusivas do meio desportivo. Verificamos também a sua presença, utilidade e aplicação noutros contextos, tais como: organizações/empresas, escolas, partidos políticos, etc. Também aqui se reconhecem claros e óbvios reflexos a nível do aumento da qualidade, rendimento, produtividade e satisfação, quer para o indivíduo, quer para o grupo/instituição em que está inserido. Afinal de contas, o povo unido jamais será vencido! A expressão científica correcta será Coesão Grupal e pode ser definida como o conjunto de forças que unem os membros entre si e com o grupo. Esta poderá ser verificada e medida pelo grau de assiduidade, pelo querer estar no grupo, pela pontualidade, pelos “sacrifícios” feitos, etc.

Como se cria? Bem, a fomentação de Coesão num Grupo é associada por alguns à “mística”, por outros ao “pulso” de uma estrutura directiva ou ainda, numa perspectiva menos romântica, aos prémios de produtividade atribuídos (individuais e colectivos). Porém, facilmente constatamos a dificuldade em delimitar exactamente os factores que a promovem. Ou seja, não se sabe bem como “unir o pessoal”, apesar de muitas vezes isso ser pretendido e conseguido! Neste artigo tentarei ajudar a “decifrar este enigma”, tendo por base os conteúdos científicos mais recentes. Os referidos factores encontram-se divididos em extrínsecos (ligados ao meio que envolve o grupo) e intrínsecos (ligados especificamente ao grupo e aos seus elementos).

Como factores extrínsecos apontam-se entre outros o tamanho do grupo e a sua diversidade geográfica, assim, grupos pequenos, que contêm elementos que vivem perto uns dos outros, serão mais coesos (ex: população de uma aldeia versus população de uma cidade). Uma maior homogeneidade dos membros do grupo promove mais facilmente uma forte coesão, dado terem mais características, estilos de vida ou modos de pensar em comum (ex: grupos de jovens são mais unidos se só forem compostos mesmo por jovens e não por mais pessoas mais velhas). A existência de um sistema de recompensas, para objectivos colectivos, também proporcionará um aumento da coesão (ex: prémios para os jogadores se a sua equipa vencer o campeonato), assim como o facto de existir e/ou se “espicaçar” rivalidades, aproveitando a competição com outros grupos rivais (ex: o que seria do Sporting se não existissem Benfica e Porto; quem não se lembra da guerra Porto–SIC ou do “quem não é por nós é contra nós”?). “Queridos inimigos” tão bem preservados pelas declarações incendiárias de alguns dirigentes...

Como factores intrínsecos (de ordem socio-afectiva) pode referir-se, em primeiro lugar, uma clara e consensual definição de um fim/alvo/objectivo comum, não deixando de ter em conta os diferentes interesses de cada elemento e respeitando as opiniões quer das maiorias quer das minorias (ex: jogadores elegerem, após debate onde todos tiveram oportunidade para darem a sua opinião à vontade, a conquista do campeonato como objectivo máximo). Será também importante a satisfação das necessidades de cada elemento, na medida do possível, de modo a que possam atingir, para além do fim/alvo/objectivo comum, também os seus objectivos pessoais (ex: jogador que quer ganhar o campeonato e o prémio de melhor marcador). O alto estatuto do grupo (o facto deste ter um difícil acesso, de ser recomendado, invejado e elogiado socialmente, a tal “dream team”) incentiva o orgulho de se lhe pertencer (ex: altas médias de entrada para cursos superiores). Já dizia a sabedoria popular “Junta-te aos bons, serás como eles; junta-te aos maus, serás pior que eles”. È também fulcral a identificação dos membros com a cultura do grupo, normas e valores característicos e particulares (ex: a “mística” da Selecção Nacional). A existência de afinidades inter-pessoais, os elementos “darem-se bem”, é também factor de coesão, destacando-se aqui as actividades extra-profissionais como facilitadores destas ligações (ex: uma equipa de futebol ir passear de bicicleta, ao teatro, ver o concerto da banda de um dos membros, etc). Os tipos de actividades do grupo influenciam também a sua coesão, na medida em que quanto mais atractivas - que não é sinónimo de não se fazer nada ou de só se realizarem tarefas fáceis - maior satisfação trarão (ex: existir conciliação entre treino físico e convívio inter-pessoal numa pré-época de uma equipa desportiva). Por último, os sucessos obtidos pelo grupo também aumentam a coesão, especialmente se obtidos pela força do conjunto (ex: uma equipa que vá ganhando jogos importantes com muita entre ajuda, mesmo sem jogar bem). Não é verdade que em equipa que ganha não se mexe?

1 comentário:

Anónimo disse...

eu gostava de saber como fazer uma mala a mao

se me poder ajudar eu agradeço

com os melhores cumprimentos nuno andre santos viduedo