terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Problemas quem não os tem


Toda a gente tem problemas, discussões e choques de opiniões, de vez em quando, quer seja com a família, amigos, escola, trabalho ou noutros contextos. A perplexidade e a raiva que daí resultam parecem contaminar todos aqueles directamente envolvidos, podendo as rupturas tornar-se definitivas. Suspirando por uma poção mágica, alguém diria que seria bom que todos se dessem bem, concordassem com tudo, gostassem do mesmo, mas isso é impossível quando as pessoas são diferentes e ainda bem que o são!…

No meu ponto de vista, os problemas, discussões e choques de opiniões existem, pois são inevitáveis e mesmo desejáveis! Mas atenção, isto desde que sejam depois aberta e construtivamente aproveitados e resolvidos! Pois, não basta “explodir” ou desabafar (com efeitos de alívio apenas de curto prazo), é necessário, depois de se terem mostrado as “cartas todas”, chegar a consensos ou compromissos através da negociação, com inevitável cedência numas coisas e ganhos noutras!

Por tudo isto, pode concluir-se que os silêncios (auto)impostos, como por exemplo, quando dizemos “o melhor é eu estar calado para não me chatear”, muitas vezes impedem-nos de encarar e resolver problemas.

Outro ponto importante passa pela necessidade de se evitar o egoísmo do desabafo ou explosão agressiva! Um aparente paradoxo que nos alerta para o facto de se dever ter em conta que podemos e devemos dizer tudo o que diz respeito ao problema em conteúdo, agora deve-se adequar a forma como se diz, por respeito a quem nos dirigimos. Basta lembrarmo-nos de pessoas que conhecemos que dizem que são sempre muito frontais e dizem tudo na cara às pessoas (como se isso os legitimasse para tudo…), mas que o fazem de forma agressiva e ameaçadora, sem respeito pelo receptor do “sermão”…

Uma coisa é certa: depois de desabafarmos, sermos ouvidos e compreendidos, é mais fácil chegarmos a consensos e compromissos, fazendo as nossas cedências também (pois o desabafar não garante total razão…). Aliás a “receita” aplica-se a vários contextos: família, trabalho, amigos, grupos, movimentos sociais ou políticos!

Fica o alerta para as nossas situações do dia-a-dia, pois enquanto os problemas não são “postos na mesa”, acumulam-se ressentimentos e avolumam-se os problemas sem solução à vista, e assim por diante, continuando o ciclo em espiral até que alguém “exploda” e deixe estilhaços irreversíveis!...

vascoespinhalotero@hotmail.com

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