terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Orientação Vocacional adivinha o (In)Sucesso Escolar


No anterior artigo que escrevi, sobre o papel dos pais / encarregados de educação no processo de orientação vocacional dos seus filhos / educandos, sublinhei que não seria necessário que os pais estivessem sempre “em cima do acontecimento”, pois há que demonstrar confiança na responsabilidade dos filhos, supervisionar sem controlar e estar sempre lá, para o caso de a ajuda ou conselhos serem pedidos.

Acima de tudo, seria importante estar presente na fase final do processo para que os filhos / educandos lhes explicassem como tinham sido baseadas as decisões a tomar (ex: na última reunião com o psicólogo escolar e com o filho, nas últimas semanas / meses que antecedem a matrícula, etc).

Por outro lado, se os pais não se envolverem construtivamente neste processo de tomada de decisão dos seus filhos, e não compreenderem o porquê da escolha seguida (seja por desinteresse assumido ou por desinteresse mascarado de “pais liberais e modernos”), poderão estar a passar um “cheque em branco” ao possível insucesso escolar dos seus filhos! É que, em muitos casos, exigem-se notas altas, sem antes se terem preocupado em saber se os filhos estão nas áreas para as quais estão vocacionados!...

Metaforicamente falando, e não esquecendo algumas excepções e flexibilizações naturais: um “Einstein” possivelmente não seria um bom aluno a Português, um “Saramago” possivelmente não apreciaria muito as ciências exactas, tal como um “Belmiro de Azevedo” possivelmente não seria um génio das artes plásticas! Não seria de admirar que as notas destes senhores não fossem espantosas nas disciplinas que mencionei, o que não quer dizer que estas formações sejam inúteis para eles e para os seus percursos profissionais, isto desde que não constituam o principal dos seus currículos!

Vamos lá ver uma coisa: é óbvio que não podemos ser bons a fazer tudo, embora possamos saber um pouco de tudo e sermos mesmo bons numa área específica. E quanto mais um pouco de tudo soubermos, provavelmente, melhor poderemos inovar na nossa área específica (ex: um mecânico que para além da parte prática de carros, saiba também um pouco sobre o seu design, fabrico ou estrutura do seu material).

Recentrando a nossa atenção para a escolha vocacional, se a maior parte das coisas que fizermos forem nesta tal área específica em que somos mesmo bons, é natural que o sucesso escolar e/ou profissional aconteça!

* Psicólogo do Trabalho e das Organizações / Orientação Vocacionalvascoespinhalotero@hotmail.com

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