terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Orientação Vocacional: o papel dos pais e/ou encarregados de educação


Antes de mais, é imprescindível alertar e esclarecer os pais de que não podem simplesmente demitir-se do apoio e compreensão na escolha vocacional dos seus filhos (do género “ele é que sabe, nem quero saber”), nem podem, por outro lado, decidir por eles!

Os pais também não podem ter escolhas definidas à priori, seja em função da moda (“por ouvirem dizer que aquele curso é que é bom”), tradição familiar, notas escolares (“quem tem boas notas vai para Medicina, quem não tem sai da escola e faz-se à vida), futuro salário (“vais para este curso porque aqui é que se ganha bem”). Pois todas estas certezas podem ser abalados com um: “pai, mãe eu não quero ir para isso”!

Não pretendo, de forma alguma, afirmar que estes motivos não sejam válidos para tomar uma decisão vocacional, mas é certo que têm que ser devidamente ponderados em conjunto com o filho e principalmente por ele! A decisão final terá imperiosamente de ser dele! Não se trata de não ouvir a opinião de ninguém, trata-se de poder escolher livremente após ter ouvido.

Mesmo o psicólogo não escolhe ou decide por ninguém! Nenhum psicólogo de Orientação Vocacional lê (ou deve ler) os resultados de testes vocacionais apenas para si, como se de uma “bola de cristal”, que só ele compreende, se tratasse, e depois aponta o destino ou a sina de cada um!

O psicólogo fornece, sim, ferramentas para que o cliente possa fazer uma viagem em que passe a conhecer-se melhor a si e ao mundo profissional. O psicólogo dá a “cana de pesca”, agora que peixe o cliente decide pescar isso não cabe ao psicólogo decidir, cabe apenas aconselhar.

E qual será afinal o papel dos pais / encarregados de educação? Não é necessário que os pais estejam sempre “em cima do acontecimento”, há sim que demonstrar confiança na responsabilidade dos filhos, perguntar “como vão as coisas”, supervisionar sem controlar e estar sempre lá, para o caso de a ajuda ou conselhos serem pedidos. Acima de tudo, é importante estar presente na fase final do processo para que lhes expliquem como foram baseadas as decisões a tomar (ex: na última reunião com o psicólogo escolar e com o filho, nas últimas semanas / meses que antecedem a matrícula, etc).

Uma boa Orientação Vocacional quase sempre aponta o caminho para o sucesso escolar e, mais tarde, profissional da pessoa que ponderou verdadeiramente as suas tomadas de decisão.Fica a sugestão: primeiro estabelecer as metas a alcançar (“o que quero ser quando for grande”) e depois lutar por elas (adquirir um Método de Estudo eficaz).
* Psicólogo do Trabalho e das Organizações / Orientação Vocacionalvascoespinhalotero@hotmail.com

Sem comentários: